sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Guirlanda ou Coroa do Advento

Um ritual que traz o espírito do natal, para dentro dos lares.

Tradicionalmente, para os cristãos, os quatro domingos antes da celebração do nascimento de Jesus Cristo, são um tempo de espera e de preparação: o tempo do Advento. A palavra, que vem do latim, quer dizer "chegada", "aparecimento" e sugere, mesmo, uma expectativa diante de algo que está prestes a começar, alguma coisa nova. Em muitos países, essa época é pontuada por rituais e pequenas celebrações. Gestos que servem para ajudar a lembrar que, além de preparar a casa, montar a árvore, organizar a festa, a gente deveria também preparar a alma para o Natal.

Essa é uma tradição muitíssimo antiga. Nasceu onde hoje é a Alemanha e a Escandinávia. As pessoas recolhiam folhas de pinheiro em pleno inverno porque eram as únicas que permaneciam verdes. Com elas, preparavam uma guirlanda, que refletia a esperança do retorno do Sol, depois da escuridão do inverno. O formato circular simbolizava o ciclo anual das estações do ano. E velas eram colocadas ao redor, cada uma guardando a promessa de luz e de renovação da vida. Na Escandinávia, mesmo em tempos pré-cristãos, era costume dispor velas em um círculo e acendê-las, as preces eram dirigidas ao deus da luz e pediam que ele fizesse girar a "roda da terra" de volta em direção ao Sol, para que os dias voltassem e a longa noite fosse embora...

Se você fizer uma guirlanda de Advento, a cada domingo acenda uma das velas: são quatro, em geral: três, na cor púrpura, a cor da espiritualidade, e uma rosa para o terceiro domingo, que é reservado para celebrar a alegria. No meio, você pode colocar uma vela branca, que só vai ser acesa no dia de Natal. Para os cristãos, é ela que simboliza Cristo, a Luz do Mundo. Mas nada impede que você use outras cores. Aliás, as cores do Natal já são, em si mesmas, simbólicas. Vermelho, a cor do fogo, do sangue, da carne e, por conta disso, das paixões, dos impulsos, do amor. Na China, o vermelho era considerado a mais feliz de todas as cores... Verde, a cor da Natureza e para estes povos sempre friorentos, a cor da esperança, da fertilidade, da vida, da abundância e, sobretudo, da renovação... Minha guirlanda é sempre verde e branca, com uma vela vermelha no centro e figurinhas coloridas dançando em volta...

Faça uma prece antes de acender cada vela ou, simplesmente, deixe o coração ficar, assim, tranqüilo, apaziguado, esperando. Imagine que cada uma representa um aspecto do Espírito de Natal, essa coisa que a gente quer tanto e que parece tão difícil de conseguir: paz, esperança, alegria e generosidade. Dizem que as velas devem queimar até o final, o que seria, afinal, uma boa oportunidade de exercitar certa quietude e permitir-se contemplar a chama até ela extinguir-se...

Não tem tempo? Não faz mal, a gente às vezes precisa só de poucos minutos para nutrir a alma...

Oração para cender cada vela

Deus,
Abra meu coração
Abra meus olhos
Aquieta-me em teu silêncio sagrado

E então, com a alma assim preparada, talvez seja mais fácil não deixar escapar o Espírito de Natal, mesmo estando há horas no meio do trânsito. Mesmo driblando a multidão no caos dos shoppings centers lotados ou mesmo correndo para tentar fazer deste Natal, mais uma vez, a melhor época do ano.

Texto de Adília Belotti

Aprenda fazer a sua, como programa Mais Você
O Mais Você desta sexta-feira, dia 26 de novembro, deu uma ótima dica de artesanato que, além de lindo, é muito simbólico: a guirlanda do advento. Advento vem do latim advenire - que significa vir, chegar. Representa o tempo de espera daquele que há de vir.

No programa, foi ensinado a fazer a guirlanda com plantas naturais e foi utilizado apenas uma cor de vela, mas você pode fazer também com plantas artificiais (aproveitando até uma guirlanda comum que já tenha) e seguir a tradição a risca, utilizando as velas nas cores que vão da mais escura para a mais clara.

  • Para assistir o passo a passo apresentado no programa, clique aqui.

Saiba mais

Para saber mais sobre o advento, leia o artigo escrito pelo catequista Rodrigo D. O Coutinho, clicando aqui.

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